Arrependimento
Acabei de chegar dos correios. Tinha que lá colocar uma carta para me inscrever num curso, já desde a semana passada. Mas à hora que eu entro os correios estão fechados, à hora de almoço também, e quando saio também. A sexta-feira passada consegui sair mais cedo à hora de almoço (com intenção de entrar mais cedo também, claro) mas quando lá cheguei tinha um papel a dizer: dia 28/04/06 GREVE. Tudo bem estão no seu direito, se bem que se repararmos têm calhado bem os feriados e pontes coincidirem com as greves, não é? Bem, mas o prazo está a apertar e eu tinha mesmo que lá ir, e então hoje depois de vir da obra antes de ir para o escritório pensei vou lá dar um salto rápido. Mas este tipo de salto não depende só de nós.Quando lá cheguei estava só um senhor a atender ao balcão (mas pelo menos mais uma pessoa estava lá para dentro) e umas sete pessoas à minha frente. Mas agora que cá estou tenho que ficar. O senhor que estava a ser atendido, um idoso, queria mandar um fax. Quem estava a atender dizia-lhe que até mandava o fax mas quando este chegasse ao destino lá não saberiam para que eram os documentos. O senhor atendido pedia-lhe que escrevesse algures para que eram. Quem atendia entrega-lhe um impresso e diz-lhe que deve lá escrever para que era. O senhor pega num impresso e vai-se embora para o preencher, digo eu, mas desconfio que o senhor atendido nem sabia escrever, mas nós não andamos com tempo para ajudar os mais velhos. Já para ajudar os mais novos…é outra história. Porque estou a dizer isto? Entretanto à minha frente já tinha desistido um senhor. E tinha entrado uma senhora, não para a fila, mas para ir recolher a sua correspondência na caixa para a qual paga para ter. Recolhida a correspondência a senhora (trinta e poucos, cabelo loiro bem arranjado, toda ela bem arranjada e jeitosa, diga-se de passagem - não, não é crime, antes pelo contrário) vem falar com o senhor que está a atender. Ela diz-lhe que ainda não tinha recebido resposta nenhuma acerca da encomenda que tinha mandado para o Porto. O senhor acha muito estranho, ela mostra-lhe o recibo de ter enviado a encomenda, ele continua a achar estranho ela não receber nada e isto durante um bom bocado enquanto vê recibo, faz perguntas, etc e tal. Ia ver qualquer coisa no computador, mas depois levanta-se com o recibo dela pede-lhe para o deixar ficar com ele, vai com ele lá dentro, volta e ía ver qualquer coisa no computador a respeito, quando eu me passo e lhe digo que:-“Desculpe, mas a senhora chegou depois de nós que estamos na fila à espera”.-“Tem muita razão, mas a senhora está só a pedir uma informação”-“ Mas o tempo que está a demorar para tirar a informação…devia estar na fila.”-“Pois mas a senhora paga para ter…”não sei quê, não sei que mais- “A senhora paga para ter a caixa de correio.”Ele continua, já não vai ao computador mas continua a dar a informação à senhora que lá continuou a ser informada durante todo o tempo que lá estive, e continuou a sê-lo, depois de eu sair, e para cuja informação interrompia o atendimento às pessoa que estavam na fila à espera, e certamente com mais que fazer que a senhora. Um dia ainda lá hei-de voltar e pedir para ver o estatuto das pessoas que pagam para ter caixa de correio às tantas até têm o direito de ser atendidas à frente de toda a gente, e eu fui mal-educada e injusta. O mais certo é que a pressa me tenha impacientado e feito ser injusta. Antes ficaria quieta no meu canto à espera da minha vez, e em situações mesmo injustas. Mas enchi o copo com a última gota e agora quando me apercebo já estou a espirrar, às vezes arrependo-me como hoje-talvez a senhora estivesse a tirar só uma informação, mas a questão é que para tal eu teria ido para a fila-uma informação acabou por demorar mais do que colocar um selo numa carta.
7 Comments:
não fostes nada injusta, fizestes muito bem. Também aconteceu uma vez comigo e eu reclamei e disse que também estava na fila para pedir uma informação e que não era justo, e não me calei. E a malta ao lado começou também toda a resmugar. O homem dos correios é que foi mal educado, não devia ter permitido que a gaija se metesse á frente. Mas que merda é essa? Acho muito bem que continues a reclamar, é o mal da nossa geração, naõ reclama na hora certa, e digo te mais para a próxima que se suceder comigo vou escrever no livro de reclamações.
Beijos grandes
Obrigada linda. Eu ñ gosto nada d ter q reclamar. Faço as coisas d maneira a q ñ reclamem comigo, mas parece q anda tudo a gozar e é a lei do + esperto. Agora qd vou a conduzir, p.ex., salta-me logo a mostarda ao nariz como diz a outra, pq num acidente tive q pagar as culpas de 1 xico esperto q se pôs a andar. É a vida. Beijitos.
É assim amiga! Dá-lhe... lá por se arrajar, e se calhar até a trataria por dra, pensa que já é mais que os outros...
Quanto às greves, acho que hoje em dia se marcam mini-férias em vez de greves... Já viste 6a, sábado, domingo e segunda...
Não foi greve: foi mini-férias...
Lembraste quando marcavam greves na ubi? era sempre à quarta ou à sexta para o pessoal ir para a noite e depois faltar às aulas no dia a seguir... e depois : ah eu fiz greve! Isso não é greve!! se estivessem no local de trabalho sem trabalhar isso é que era!!
Tens razão Cathy. Ainda cheguei a fazer uma ou outra, mas qd comecei a ver qual era a do pessoal, desisti. É o país do Xico espertismo.
O que eu acho é que estamos num país de pessoas mal formadas... um dia destes vou colocar um post no meu blog sobre o atendimento que tive no banco Santander...
Olá.
Gostei muito de ver novas escritas no teu blog, pena é que foi por este motivo.
Ainda assim, acho que fizeste muito bem em reclamar!
Qualquer dia temos de andar todos a olhar pelos ombros e a esticar a perna ao parceiro para ver quem é que se safa melhor e... primeiro que os outros. Há pessoas que nem um esforço fazem para se redimirem quando são chamadas à atenção. Mas mesmo assim, continuo a pensar que é melhor reclamar do que ficar calada.
E quanto ao Santander, Soina, eu bem te avisei. Já reclamei com eles várias vezes! Os bancos são dos que estão cada vez pior...
Bjs.
:o)
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