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quinta-feira, maio 11, 2006

Maternidades e afins

Sugiro vivamente que visitem este blog. Lá vão encontrar os fortes motivos para os nossos honestos políticos (e não é só o governo) e administradores de empresas públicas e afins andarem a gozar com a nossa cara. Realmente ninguém os pode acusar de nada, quem os pode censurar? Já não existem valores, já ninguém faz nada por amor à camisola ou porque é a coisa certa a fazer, porque haveriam eles de o fazer? Faz-se tudo por causa daquele pedaço de papel que tudo compra. Claro que se têm de fechar maternidades - elas gastam muito dinheiro e daqui a pouco eles não conseguem manter o nível de vida que tem e podem ser postas em causa as suas reformas e pensões. Investir na sua melhoria? Não! Vão a Espanha minhas amigas, eu não posso passar a ganhar menos dinheiro para que a senhora possa ter o seu filho perto de casa-que barabaridade de se pensar. Mas digo-lhe mais-tiramos a maternidade de perto de si, mas se não tiver filhos ou se tiver poucos filhos vai passar a ser penalizada, percebeu?
E são todos iguais meus amigos. Todos iguais. Tenho simpatia por uma ideologia mas não simpatizo com quem a defende. São TODOS iguais. Veja-se as presidênciais. Quantos milhões foram gastos? Bem, já nem sei, eu nem sei o que esse valor representa, por isso nem o consegui fixar. Mas a questão é que todos aqueles...senhores, gastaram o dinheiro que o país precisa para manter maternidades abertas a promover-se a si próprios para irem ganhar ainda mais dinheiro. Estão a ver? Eu se quero arranjar um emprego gasto o meu dinheiro na minha promoção e na procura. Eles fazem o mesmo-gastam o meu dinheiro para se promoverem a si próprios para irem ganhar num mês o que eu ganho sei lá em quantos. E depois no final de algumas de semanas de campanha, como eles não estão habituados a trabalho árduo ficam de baixa, porque é muito desgastante-nunca devem ter trabalhado nas obras, nos campos, na metalurgica, num TRABALHO, coitadinhos.
São todos iguais. Na altura das férias da páscoa (que eles tiveram e eu não) conseguimos descobrir o quão dedicados ao trabnalho são. Imagine-se que no quarto mês do ano alguns já tinham falatdo mais do que os dias de férias que eu posso ter no ano inteiro. Se eu faltasse assim tanto acho que já cá não andavam-mesmo que fossem justificadas. Afinal conheci uma desempregada que se tinha tornado numa porque depois de ir ter o segundo filho a empresa deixou de precisar dos seus serviços. E foram de todos os partidos, não me venham com tretas. São todos lobos com pele de cordeiro. Ainda não ouvi nenhum a sugerir que se reduzisse aos seus salários para se poder manter as maternidades abertas, apesar de estarem contra o seu encerramento. Ae ainda que sugerissem suspeito que o fariam pois sabiam que a proposta nunca seriam aprovada.
Isto só vaimudar com outro 25 de Abril, agora não é pela liberdade-é contra a corrupção e a gatunagem.

quarta-feira, maio 03, 2006

Arrependimento

Acabei de chegar dos correios. Tinha que lá colocar uma carta para me inscrever num curso, já desde a semana passada. Mas à hora que eu entro os correios estão fechados, à hora de almoço também, e quando saio também. A sexta-feira passada consegui sair mais cedo à hora de almoço (com intenção de entrar mais cedo também, claro) mas quando lá cheguei tinha um papel a dizer: dia 28/04/06 GREVE. Tudo bem estão no seu direito, se bem que se repararmos têm calhado bem os feriados e pontes coincidirem com as greves, não é? Bem, mas o prazo está a apertar e eu tinha mesmo que lá ir, e então hoje depois de vir da obra antes de ir para o escritório pensei vou lá dar um salto rápido. Mas este tipo de salto não depende só de nós.Quando lá cheguei estava só um senhor a atender ao balcão (mas pelo menos mais uma pessoa estava lá para dentro) e umas sete pessoas à minha frente. Mas agora que cá estou tenho que ficar. O senhor que estava a ser atendido, um idoso, queria mandar um fax. Quem estava a atender dizia-lhe que até mandava o fax mas quando este chegasse ao destino lá não saberiam para que eram os documentos. O senhor atendido pedia-lhe que escrevesse algures para que eram. Quem atendia entrega-lhe um impresso e diz-lhe que deve lá escrever para que era. O senhor pega num impresso e vai-se embora para o preencher, digo eu, mas desconfio que o senhor atendido nem sabia escrever, mas nós não andamos com tempo para ajudar os mais velhos. Já para ajudar os mais novos…é outra história. Porque estou a dizer isto? Entretanto à minha frente já tinha desistido um senhor. E tinha entrado uma senhora, não para a fila, mas para ir recolher a sua correspondência na caixa para a qual paga para ter. Recolhida a correspondência a senhora (trinta e poucos, cabelo loiro bem arranjado, toda ela bem arranjada e jeitosa, diga-se de passagem - não, não é crime, antes pelo contrário) vem falar com o senhor que está a atender. Ela diz-lhe que ainda não tinha recebido resposta nenhuma acerca da encomenda que tinha mandado para o Porto. O senhor acha muito estranho, ela mostra-lhe o recibo de ter enviado a encomenda, ele continua a achar estranho ela não receber nada e isto durante um bom bocado enquanto vê recibo, faz perguntas, etc e tal. Ia ver qualquer coisa no computador, mas depois levanta-se com o recibo dela pede-lhe para o deixar ficar com ele, vai com ele lá dentro, volta e ía ver qualquer coisa no computador a respeito, quando eu me passo e lhe digo que:-“Desculpe, mas a senhora chegou depois de nós que estamos na fila à espera”.-“Tem muita razão, mas a senhora está só a pedir uma informação”-“ Mas o tempo que está a demorar para tirar a informação…devia estar na fila.”-“Pois mas a senhora paga para ter…”não sei quê, não sei que mais- “A senhora paga para ter a caixa de correio.”Ele continua, já não vai ao computador mas continua a dar a informação à senhora que lá continuou a ser informada durante todo o tempo que lá estive, e continuou a sê-lo, depois de eu sair, e para cuja informação interrompia o atendimento às pessoa que estavam na fila à espera, e certamente com mais que fazer que a senhora. Um dia ainda lá hei-de voltar e pedir para ver o estatuto das pessoas que pagam para ter caixa de correio às tantas até têm o direito de ser atendidas à frente de toda a gente, e eu fui mal-educada e injusta. O mais certo é que a pressa me tenha impacientado e feito ser injusta. Antes ficaria quieta no meu canto à espera da minha vez, e em situações mesmo injustas. Mas enchi o copo com a última gota e agora quando me apercebo já estou a espirrar, às vezes arrependo-me como hoje-talvez a senhora estivesse a tirar só uma informação, mas a questão é que para tal eu teria ido para a fila-uma informação acabou por demorar mais do que colocar um selo numa carta.